Substituição na Inter de Milão: saem os chineses, entra a Oaktree

A Oaktree, a gestora controlada pela Brookfield e que administra mais de US$ 190 bilhões, agora é dona da Inter de Milão, um dos clubes mais importantes da Itália e da Europa.

E não se trata de um investimento com uma grande tese por trás: a Oaktree assumiu o controle do clube por causa de um calote do ex-controlador, o grupo varejista chinês Suning do bilionário chinês Zhang Jindong. 

A Oaktree havia emprestado € 275 milhões para o Suning em 2021 e tinha recebido as ações do grupo chinês (dono de 68,5% da Inter de Milão) como garantia. 

Com os juros, os chineses precisavam pagar € 395 milhões à gestora americana até ontem.

Apesar de não ter um histórico grande com franquias esportivas (possui apenas uma participação no Stade Malherbe Caen, da segunda divisão francesa), a Oaktree não tem interesse em vender a sua fatia imediatamente e está preparada para ser “paciente,” disseram fontes à Reuters.

Steven Kaplan, um dos cofundadores da Oaktree, também é investidor do time galês Swansea City, que joga a segunda divisão na Inglaterra. 

“A Oaktree está comprometida em trabalhar de perto com a atual equipe de gestão, parceiros, a liga e órgãos reguladores para garantir que o clube esteja posicionado para o sucesso dentro e fora do campo”, a gestora disse em um comunicado.

Do outro lado, reclamações. 

Em uma carta aos torcedores publicada no sábado, o presidente da Inter, Steven Zhang (que também é filho do fundador da Suning) afirmou que a estabilidade do clube estava em risco pois as tentativas de chegar a um acordo com a Oaktree falharam. 

Em 2021, a Suning enfrentava os efeitos da pandemia  que, entre outros problemas, forçou as equipes a jogar com os estádios vazios – uma das fontes de receita mais importantes para um clube de futebol. 

A Suning também teve as autoridades chinesas jogando contra: a partir do início da pandemia, o governo impôs restrições a gastos de empresas em esportes no exterior. 

Com todas essas limitações, a Inter veio acumulando prejuízo atrás de prejuízo. Na temporada 2022-2023, o balanço ficou € 86 milhões no vermelho, mesmo com o clube chegando à final da Champions League.

A compra da Inter de Milão pelos chineses aconteceu em 2016, quando o Grupo Suning pagou € 270 milhões por 68,55% das ações do clube num momento em que bilionários chineses começavam a apostar em clubes europeus.

De lá para cá, a Inter venceu dois campeonatos italianos, duas Taças da Itália, três Supertaças da Itália, além de ter sido finalista da Champions.

Não por acaso, os torcedores gostavam dos chineses: a Torcida Organizada Curva Nord fez uma publicação no Instagram agradecendo a Zhang “por sua contribuição para a história da Inter e pelos sucessos alcançados.” 

Essa é a segunda vez que um grupo americano assume um clube da Itália (e de Milão) após um calote chinês. 

Em 2018, o Elliot Management comprou o controle do Milan – arquirrival da Inter – após o empresário chinês Li Yonghong não ter efetuado um pagamento ao clube.

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