BTG remove o ‘sell’ do Nubank; Rosman fala em ‘benefício da dúvida’

O BTG Pactual retirou sua recomendação de ‘venda’ para o Nubank e colocou o papel em ‘neutro’, ao mesmo tempo em que reduziu o preço-alvo da ação de US$ 6 para US$ 4. 

Com a ação saindo a metade do preço do IPO de dezembro, “não acreditamos mais que a ação seja um ‘no-brainer sell’, como achávamos alguns meses atrás,” escreveu o analista Eduardo Rosman.

Em fevereiro, Rosman declarou um ‘sell’ na ação porque “o valuation parecia muito errado, particularmente num ambiente em que vemos sinais crescentes de deterioração da qualidade dos ativos.”

De lá para cá, a ação despencou 58% e hoje negocia a 4,6x o valor patrimonial, contra 11,6x em fevereiro.

“Embora ainda indiscutivelmente caro, o Nubank agora tem um market cap de US$ 19,9 bilhões, o que parece mais razoável, ficando abaixo do Itaú, Bradesco, Santander e BB,” escreveu Rosman. 

Nos últimos meses, investidores e especialistas têm alertado que o Nubank está tomando muito risco ao crescer num ritmo acelerado nos empréstimos ao consumidor com foco no segmento de baixa renda — o que pode fazer com que a inadimplência dispare.

“Mas se ele [o Nubank] conseguir mostrar que consegue passar por um ciclo ruim relativamente ileso, então ele realmente conseguiria provar seu ‘mojo’ único,” disse Rosman.

Diferente de outros bancos que cresceram sua base de clientes e testaram o crédito ao longo do tempo, o Nubank atingiu uma base massiva de clientes basicamente oferecendo cartões de crédito. 

“Tendo uma piscina enorme para pescar, com bons dados e sendo capaz de operar com tíquetes baixos para vários clientes, o Nubank pode de fato ser algo que nunca vimos antes.”

O BTG também atualizou os números de seu modelo com base nos resultados do primeiro tri. Na nova estimativa, o banco espera um prejuízo 57% menor este ano e um lucro líquido 21% maior em 2023. Por outro lado, o BTG decidiu ser mais conservador para os anos seguintes, reduzindo a projeção de lucro para 2024 e 2025 em 17% e 34%, respectivamente. 

Outra mudança: o custo de capital (CoE) – o retorno mínimo exigido para que o investimento valha a pena – subiu 50 pontos-base para 13,5%.

As mudanças levaram o banco a reduzir o preço-alvo para o papel de US$ 6 para US$ 4. 

“De modo geral, ainda vemos uma má assimetria na ação, mas depois do forte selloff, explicações decentes da diretoria sobre a dinâmica recente, e números muito fortes no primeiro trimestre, estamos dando ao Nubank o benefício da dúvida.”

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