Pela primeira vez no Reino Unido, um paciente paralisado conseguiu controlar um computador utilizando apenas os pensamentos, graças ao chip cerebral da Neuralink — empresa de Elon Musk. O implante foi realizado no University College London Hospitals e representa um avanço importante nas interfaces cérebro-computador, abrindo caminho para que pessoas com deficiências motoras possam até mesmo jogar videogames.
A empresa confirmou o feito em uma publicação no X, apresentando o paciente Paul, diagnosticado com uma doença do neurônio motor. Segundo a Neuralink, “Paul conseguiu controlar um computador com seus pensamentos poucas horas após a cirurgia”. A companhia informou ainda que o paciente está colaborando com engenheiros para testar o uso do implante em jogos como Dawn of War.
A Neuralink declarou que o experimento é “um passo importante para tornar nossa tecnologia acessível a pessoas em todo o mundo”. O chip, segundo a empresa, busca restaurar a autonomia de pacientes com limitações motoras e expandir as possibilidades de interação entre cérebro e máquina.
A iniciativa faz parte de um estudo clínico em andamento no Reino Unido, conduzido em parceria com o University College London Hospitals e o Newcastle Hospitals.
De acordo com o Bloomberg, a Neuralink já arrecadou mais de US$ 1 bilhão em investimentos e foi avaliada em US$ 9 bilhões, com planos de implantar seus dispositivos em até 20 mil pessoas por ano até 2031.
O foco atual são pacientes com deficiência motora, mas Elon Musk já afirmou que, no futuro, o chip poderá ajudar também em casos de fala, visão e controle de membros robóticos.
Homem paralisado consegue jogar com seus pensamentos graças ao chip da Neuralink
O implante da Neuralink foi projetado para permitir que pessoas com paralisia possam controlar computadores e realizar tarefas cotidianas de forma autônoma. No caso de Paul, o chip permitiu não apenas a navegação digital, mas também a interação com jogos eletrônicos, ampliando as possibilidades de lazer e reabilitação.
Em comunicado, a empresa destacou que o paciente “está testando o implante em diversos contextos, inclusive para jogar seus videogames favoritos”. O chip funciona por meio de uma interface cérebro-computador (BCI), que capta sinais neurais e os traduz em comandos digitais em tempo real.
Segundo a Neuralink, o sistema é capaz de interpretar impulsos elétricos do cérebro e transformá-los em ações dentro do ambiente virtual. Isso permite ao usuário movimentar o cursor, selecionar opções e executar comandos apenas com o pensamento.
🇬🇧 We’re excited to announce our first participant in the UK!
Paul, who is paralyzed due to motor neuron disease, received his Neuralink implant at @uclh earlier this month and was able to control a computer with his thoughts just hours after surgery. pic.twitter.com/Pw9g3VerJC
— Neuralink (@neuralink) October 27, 2025
A tecnologia representa um avanço significativo no campo da neuroengenharia, aproximando a ficção científica da realidade. Além de jogos, a empresa prevê aplicações médicas, como o controle de próteses e o auxílio a pacientes com lesões na medula espinhal.
O presidente da Neuralink, Dongjin “DJ” Seo, afirmou recentemente que os próximos testes clínicos têm como meta permitir que pacientes com perda de fala consigam se comunicar “diretamente do cérebro para a voz, sem a necessidade de teclados”.
Segundo paciente a ter o chip da Neuralink teve testes promissores com CS 2
O segundo paciente a receber o implante cerebral da Neuralink também apresentou resultados animadores no ano passado. Chamado Alex, ele ficou paralisado após uma lesão na medula espinhal e agora utiliza o chip para jogar Counter-Strike 2, controlando o mouse apenas com os pensamentos.
Antes do implante, Alex utilizava um controle operado pela boca, o QuadStick, que limitava seus movimentos. Agora, ele consegue mirar e se mover simultaneamente, integrando o uso do chip com o controle adaptado. “Posso pensar para onde olhar e ele vai para onde eu quero. É incrível”, declarou Alex em postagem publicada pela empresa.
A Neuralink divulgou um vídeo mostrando Alex jogando e acertando alvos controlados por computador. Segundo a companhia, o desempenho demonstra o potencial da tecnologia para devolver autonomia a pessoas com deficiência física.
A empresa também revelou ter aprimorado o processo cirúrgico após o deslocamento de fios ocorrido no primeiro paciente, Noland Arbaugh, garantindo maior estabilidade dos eletrodos no cérebro. “De forma promissora, não observamos nenhuma retração do fio em nosso segundo participante”, informou a Neuralink.
O próximo passo, segundo a empresa, é expandir a funcionalidade do chip, permitindo controle total de mouse e teclado, além da interação com o mundo físico por meio de braços robóticos e cadeiras de rodas automatizadas.
A Neuralink segue ampliando os limites entre cérebro e tecnologia, aproximando-se de um futuro em que pensar poderá ser o suficiente para interagir com o mundo digital. O que você achou da novidade? Conte pra gente nas redes sociais do Voxel!
 
 






