Os planos da Vale e da Caterpillar para eletrificar caminhões para mineração

A Vale e a Caterpillar assinaram uma parceria para desenvolver e testar caminhões elétricos e híbridos (movidos a diesel e etanol) de grande porte utilizados em minas.

O acordo é uma das estratégias para a Vale cumprir as metas de redução de suas emissões de carbono diretas e indiretas em 33% até 2030 – e de se tornar net zero em 2050.

Atualmente, as emissões de diesel das operações de mina correspondem a 15% do total de Co2 emitido pela Vale. Os caminhões são os responsáveis por maior parte dessa emissão, disse ao Brazil Journal o vice-presidente executivo de operações, Carlos Medeiros.

A Vale é hoje a maior consumidora de diesel no Brasil. Por ano, a mineradora consome 1 bilhão de litros de diesel – sendo 500 milhões destinados aos caminhões fora de estrada e 500 milhões para os trens que transportam a produção para fora das minas.

Por isso, a importância de fazer essa transição o mais rápido possível. Porém, a parceria não deve dar frutos no curto prazo: Medeiros acredita que os primeiros caminhões elétricos e híbridos deverão começar a ser testados somente em 2026.

“A Vale vai ter acesso a essas soluções em um momento que estamos cada vez mais próximos do nosso deadline, que é em 2030,” disse Medeiros. 

E mesmo quando os veículos estiverem devidamente testados e forem disponibilizados no mercado, a substituição não será toda de uma vez, pois o custo seria altíssimo.

Cada caminhão com capacidade de 240 toneladas, o mais usado pelas mineradoras, custa cerca de US$ 8 milhões após o pagamento de impostos e tem vida útil de cerca de 20 anos. 

Enquanto o caminhão elétrico e o híbrido ainda estão no papel, a Vale já implantou o modelo autônomo. A mineradora tem 28 unidades (sendo 14 produzidos pela própria Caterpillar outros 14 pela japonesa Komatsu) operando nas minas de Brucutu, em Minas Gerais, e Carajás, no Pará.

Segundo Medeiros, os caminhões autônomos já mostram pontos de aumento de eficiência: operação de maneira contínua por 24 horas por dia, aumento da vida útil dos motores em 40% e dos pneus em 25%.

Esses ganhos não são triviais: a troca de motor custa R$ 2,5 milhões e dos pneus, que costumam durar um ano, cerca de R$ 500 mil. 

No projeto de eletrificação com a Caterpillar também constam pesquisas para criar uma versão elétrica dos caminhões autônomos. 

Esse é o segundo grande movimento para a diminuição do uso do diesel que a Vale fez em menos de um ano. Em julho, a mineradora anunciou uma parceria com a Wabtec Corporation para desenvolver um motor movido a amônia para locomotivas.

“Esses acordos são fundamentais para a nossa estratégia de descarbonização. A nossa jornada é de estudar várias soluções e adotar as mais viáveis,” disse Ludmila Nascimento, diretora de energia e descarbonização da Vale. 

O acordo com a Wabtec também inclui um pedido de três locomotivas a bateria FLXDrive que serão usadas na Estrada de Ferro de Carajás. Hoje, a composição é puxada por quatro locomotivas movidas a diesel. 

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