Barron’s recomenda Mercado Livre; P/L de 44x é um dos menores desde 2017

O Mercado Livre foi alvo de uma recomendação de ‘compra’ da revista americana Barron’s, voltada a investidores — o que tipicamente atrai algum fluxo para o papel logo depois da publicação.

Na edição deste fim de semana, a Barron’s nota que o papel caiu 10% num dia — a maior queda dos últimos dois anos — depois de um resultado “decepcionante” do quarto trimestre, divulgado no dia 23 de fevereiro. Isso, para a revista, abriu uma oportunidade de compra no papel.

O GMV e o TPV – as métricas do crescimento do ecommerce e do negócio de pagamentos, respectivamente – cresceram 40% e 57%, mas os investidores não gostaram da queda da margem bruta, e o lucro líquido veio abaixo das projeções por conta de um impacto tributário.

“Isso pareceu uma reação exagerada — e uma oportunidade de compra,” escreveu a revista. “As despesas tributárias, sem as quais o Mercado Livre teria batido facilmente o mercado, foram um one-off, e a companhia sempre planejou sacrificar alguma margem para ganhar market share.”

A Barron’s cita um gestor da Vontobel comprado no papel, para quem o Mercado Livre “conseguiu se manter consistentemente à frente da competição nos últimos cinco a sete anos.”

“Esse mercado passou de um mercado cinco players para um mercado de dois players, com o Mercado Livre na posição número 1 e a Amazon em algum lugar atrás,” disse o gestor, referindo-se ao ecommerce na América Latina.

Chamando o Mercado Livre de “a Amazon da América do Sul,” a Barron’s disse que o papel está negociando a 44x o lucro estimado para este ano.

“Ainda que isso seja mais que o dobro do valuation do S&P500, este múltiplo é um dos menores do Mercado Livre desde 2017,” diz a revista.

“O balanço também parece forte, dado que a empresa tem uma posição de caixa líquido de US$ 4 bilhões, e gerou US$ 2,4 bilhões de lucro das operações, excluindo o câmbio, no ano passado, um crescimento de 134%.”

Um outro gestor comprado no papel, da Jennison Associates, disse que a ação teve uma boa recuperação, mas não está cara.

“As perspectivas para 2024 são muito saudáveis, então não achamos que ninguém perdeu a oportunidade de comprar a ação.”

A ação do MELI fechou sexta-feira a US$ 1.512,50. 

A empresa vale US$ 76,7 bilhões na Nasdaq.

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