Três investidores britânicos estão interessados em comprar a The Body Shop, a rede de cosméticos controlada pela Natura.
A notícia foi dada hoje cedo pela Sky News, um dos principais canais de notícias do Reino Unido. O Brazil Journal confirmou a informação com fontes próximas à empresa.
Os interessados são a Alteri Investors, que é dona de duas redes de varejo — a Bensons for Beds e a Missguided; e a Epiris, uma gestora de Londres que já foi dona da Hotter Shoes.
Além das duas, a Bloomberg já havia reportado há algumas semanas que a Elliot Advisors, dona da rede de livrarias Waterstone, também estaria interessada no ativo.
Segundo a Sky News, o Morgan Stanley está assessorando a Natura no processo de venda.
Uma fonte próxima à companhia disse ao Brazil Journal que, enquanto no processo da Aesop a Natura focou na velocidade da venda, agora ela não tem pressa e o objetivo é maximizar o preço.
Segundo essa fonte, as três empresas britânicas passaram para uma segunda fase no processo de negociação, mas não há um deadline para as ofertas firmes. “Nessa fase, vai começar a apresentação do management da The Body Shop com cada uma das empresas,” disse a fonte.
A Natura anunciou que estudava vender a The Body Shop no final do mês passado. A marca tem sido uma detratora do resultado nos últimos anos e a avaliação dentro da própria Natura é que é preciso rejuvenescer a marca, voltar a lançar produtos inovadores e reavaliar sua presença geográfica — a The Body Shop tem mais de 3.000 lojas, principalmente na Europa e Ásia.
Tudo isso demandaria um alto investimento e foco — e a Natura parece não estar disposta a fazer isso.
A Natura não divulgou o valor pelo qual pretende vender o ativo, mas uma estimativa do Itaú BBA mostra que a marca poderia valer cerca de R$ 3,2 bilhões, considerando um múltiplo conservador de 6x EV/EBITDA.
O valor é bem menor que o € 1 bilhão que a Natura pagou pelo ativo em 2017, quando comprou a marca da L’Oreal.
A The Body Shop foi fundada em 1976 pela ativista ambiental Anita Roddick e seu marido, que apostaram em cosméticos sustentáveis e que não usavam animais nos testes de cosméticos para criar uma base fiel de consumidores.
Esse approach, no entanto, deixou de ser um diferencial nos últimos anos com várias outras empresas apostando na mesma narrativa. Nos últimos anos, a Natura tem tido dificuldade em levar o negócio para a lucratividade ao mesmo tempo em que mantém um crescimento robusto.
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