Há certos tipos de reality shows que parecem funcionar muito bem em vários países. Casamento às Cegas, da Netflix, é um desses casos. E a razão é bem simples: por trás de uma dinâmica inusitada (a ideia de que é possível conhecer o par perfeito sem nunca ter visto o rosto dele ou dela), há a chance de encarar as nuances das relações amorosas conforme elas se manifestam em diferentes culturas.
É esta a premissa essencial dos reality shows de convivência, que exploram a proposta de que, naquilo que há de mais miúdo nas trocas humanas, sempre emerge o fato de que as relações são sociologicamente determinadas. Em outras palavras, o amor não é “cego”- na verdade, ele está inegavelmente permeado por aquilo que foi constituído pela cultura.