Ray Dalio abre mão do controle da Bridgewater

Ray Dalio, que fundou a Bridgewater há mais de cinco décadas e a transformou no maior hedge fund do mundo, está deixando o dia a dia das operações e abrindo mão do controle da empresa, colocando fim a um processo de sucessão que vinha sendo desenhado há anos. 

Hoje com 73 anos, Dalio já havia renunciado ao cargo de CEO em 2017 e de chairman em 2021, mas ainda mantinha a posição de co-chief investment officer do fundo. 

Agora, Dalio terá o cargo emblemático de “CIO mentor”. Ele também continuará no conselho, ao lado de outros 12 membros.

Dalio também transferiu para os integrantes do conselho a sua participação majoritária na companhia, mas permanecerá como um sócio “relevante”, disse a Bridgewater.

Dalio fundou a Bridgewater em 1975 numa salinha de sua casa. Hoje, a gestora tem mais de US$ 150 bilhões sob gestão. 

O anúncio coloca um ponto final num processo de sucessão que vinha sendo desenhado ao longo dos últimos dois anos. Em janeiro, Nir Bar Dea e Mark Bertolini haviam sido indicados para assumir o comando executivo da Bridgewater, como co-CEOs. 

Já Greg Jensen e Bob Prince, dois veteranos da gestora, permanecem como co-CIOs. Recentemente, os dois tiveram divergências com Dalio em questões estratégicas. 

Segundo o The Wall Street Journal, a Bridgewater já havia informado seus clientes há algum tempo que faria um plano de transição de dez anos para “institucionalizar a firma” e não ser “mais comandada pelo seu carismático fundador.” 

Dalio disse num texto no LinkedIn que a transição não foi fácil, mas que se sente feliz com a “máquina agora sob controle” e por poder “visualizar ela fazendo grandes coisas por gerações sem a minha presença.” 

Em um post no Twitter, o gestor disse: “Espero que até a minha morte eu seja um mentor, um investidor e um membro do conselho da Bridgewater, porque eu e eles amamos fazer coisas juntos”.

Apesar das tormentas nos mercados internacionais, este tem sido um bom ano para a gestora. O seu principal fundo, o Pure Alpha, acumula rentabilidade de 35%, segundo a Reuters.

A saída de Dalio da Bridgewater vem um dia depois do investidor mudar sua cabeça sobre uma das teses que ele mais defendeu nos últimos anos.

Durante o recente período de juros reais negativos em diversas economias, Dalio vinha batendo na mesma tecla: “cash is trash”.

Ontem, ele disse no Twitter que “os fatos mudaram e eu mudei minha mente sobre o dinheiro como uma classe de ativo: eu não acho mais que ‘cash is trash’.”

“Com as taxas de juros atuais e o Fed diminuindo seu balanço, ele é agora neutro – nem um investimento muito bom nem muito ruim. Em outras palavras, as taxas de juros de curto prazo agora estão certas.”

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