Project EVE quer inserir mulheres no mundo cripto

Cansadas das estatísticas que mostram a pequena participação feminina no mercado financeiro, um grupo de empreendedoras ligadas a tecnologia se uniu no Project EVE, uma tentativa de ampliar o espaço das mulheres no universo de criptoativos – seja como criadoras, produtoras ou investidoras de NFTs. 

“Quando ouço falar do déficit de mulheres no mercado financeiro, a minha sensação é que elas estão sempre correndo um pouco atrás na busca por representatividade nessa indústria,” disse Roberta Antunes, sócia e chief of growth da gestora Hashdex. “Cripto é o futuro, e queremos que dessa vez as mulheres corram na frente e estejam envolvidas desde já. É a única chance de ter verdadeiramente representatividade feminina.” 

Roberta é uma das nove co-fundadoras do EVE – o nome é uma referência ao início da existência feminina.
 
Além de promover ações educacionais sobre tecnologia blockchain e NFTs, o projeto também pretende incentivar a independência financeira das mulheres interessadas em atuar neste mercado, aproximando-as de oportunidades reais no segmento.  

O grupo planeja emitir NFTs que vão gerar fundos para investir na educação feminina sobre criptos e fazer leilões em benefício de artistas mulheres com contrapartidas sociais. 

O Project EVE nasce como uma Decentralized Autonomous Organization (DAO), uma empresa horizontal, com governança descentralizada e regras escritas no blockchain. 
 
Nesse tipo de organização não há líderes ou hierarquias. Se alguma decisão não está de acordo com as regras codificadas, ela é automaticamente bloqueada. Se alguém quer mudar as regras, precisa de uma votação entre todos os membros. 

“O nosso grupo quer criar uma comunidade ampla, que vai tomar as decisões, escolher quais projetos são mais importantes e pensar em como levantar recursos,” disse Roberta. “Queremos aumentar o engajamento das mulheres nesse mercado para que o projeto cresça e seja sustentável independentemente de nós.”

Ao lado de Roberta nesse início do projeto estão Ana Laura Magalhães, criadora do canal de investimentos “Explica Ana” e ex-sócia da XP; Cintia Ferreira e Simone Sancho, co-fundadoras do marketplace de beleza Belong BE; Kim Farrell, CMO do TikTok na América Latina e Estados Unidos; Nina Silva, CEO e co-fundadora do D’Black Bank; Núbia Mota, diretora de growth marketing para a Adobe na América Latina; Samara Costa Spinelli, co-fundadora da Igroup Care e da S-cards e a cantora e compositora Paula Lima – a representante da área da cultura no grupo. 

Todas as ações da comunidade estarão fundamentadas nos conceitos principais da Web3: descentralizar as informações, garantir segurança sem intermediários e com transparência, ampliar o acesso e promover uma maior atuação e autonomia dos usuários.

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