Boa Safra: venda de sementes de biotecnologia ganha share

A Boa Safra Sementes cresceu as vendas acima do esperado no ano passado – e segundo o CEO, não foi só por conta da alta do preço da commodity.

“O nosso IPO deu maior exposição para a empresa, que ficou mais conhecida e demandada pelos produtores rurais, e isso nos ajudou a vender os produtos mais caros,” Marino Colpo disse ao Brazil Journal.  

Como o ciclo da soja é anual, a visão do ano fechado é a melhor fotografia do resultado da empresa, a maior sementeira de soja do Brasil. 

No primeiro semestre, a Boa Safra se dedica à produção e estocagem de sementes. Nesse período, a empresa recebe os pedidos dos produtores, que só são confirmados no segundo semestre, quando chega a hora do plantio. É aí que a Boa Safra, de fato, vende as sementes e lança sua receita. 

Em 2021, a receita da Boa Safra superou a casa do bilhão pela primeira vez – ficou em R$ 1,04 bi, com crescimento de 77% (de 2018 a 2020, o crescimento médio havia ficado em 38%). 

De 2020 para 2021, a área plantada de soja no Brasil  aumentou 3,5% para 40,3 milhões de hectares, e o volume de venda de ‘big bags’ de soja (cada uma com 5 milhões de sementes) da Boa Safra aumentou 13% – um crescimento 10 pontos percentuais acima da área plantada. 

Com isso, o market share da empresa pulou de 5,7% para 6,1%. 

A venda de sementes com biotecnologia – as de maior valor agregado – aumentou 35,5%. Essa semente chega a custar 60% mais do que a soja tradicional. 

Em 2021, as sementes com biotecnologia responderam por 81% do volume da empresa, comparado a 67% no ano anterior. 

A empresa também teve alta de 75% na venda das chamadas sementes tratadas, aquelas que recebem tratamento industrial com defensivos agrícolas para proteger a lavoura. 

Como o custo das lavouras vem subindo, cada vez mais os produtores optam por marcas de confiança e produtos com mais biotecnologia, o que reduz o risco na plantação. Segundo Marino, isso está acontecendo também no primeiro trimestre.

No ano passado, o produtor plantou em setembro e pagou barato pelos insumos – e agora vai vender a safra num preço mais alto. 

Mas de outubro para cá, os custos com insumos e defensivos aumentaram, e a invasão da Ucrânia fez os custos dos fertilizantes dispararem. 

“O produtor vai ganhar dinheiro nesta safra, mas vai gastar grande parte do dinheiro para comprar o insumo para plantar ano que vem. Então, a tendência é de margens apertadas para o produtor rural,” disse. 

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