Os chatbots alimentados por inteligência artificial provocaram uma grande revolução com a popularização de ChatGPT, Gemini, Copilot e Claude, entre outras ferramentas, mas a tecnologia segue se aprimorando e o próximo passo rumo a funcionalidades mais inteligentes já chegou. Estamos falando do agente de IA.
Mais avançado que os bots convencionais, ele encurta o caminho para a Inteligência Artificial Geral (AGI), segundo especialistas. Essa forma hipotética da IA com capacidade de raciocínio igual ou superior à humana ainda não existe, porém é possível conferir um pouco do que está por vir com os modelos autônomos.
Já interagiu com um agente de IA? (Imagem: Getty Images)
Projetados para realizar tarefas no lugar dos humanos, eles começaram a ser usados por grandes empresas, agilizando uma série de trabalhos. Você pode, inclusive, ter interagido com um desses agentes sem notar, ao entrar em contato com o seu banco ou operadora de telefonia.
O que é um agente de IA e como funciona
Aproveitando o poder da IA generativa para se tornar independente, o agente de IA é um sistema de software autônomo capaz de realizar tarefas em nome do usuário. Isso vai desde atividades simples, como responder perguntas de clientes, às complexas, incluindo a resolução de problemas em várias etapas.
Ele toma decisões por conta própria, interage com o ambiente, se adapta, leva em conta o feedback em tempo real e se junta a outros em um sistema amplo para executar fluxos de trabalho que demandam maior conhecimento. Em muitos casos, não há necessidade de intervenção humana contínua.
Todos esses recursos são possíveis graças à capacidade multimodal da IA generativa e dos grandes modelos, mesclando técnicas de aprendizado e processos de tomada de decisão com algoritmos avançados.
Normalmente, seu fluxo de trabalho começa com uma tarefa específica e, a seguir, ele cria outro plano de ação, executa as etapas e analisa as respostas para decidir o que fazer, melhorando continuamente o desempenho. Com tais características, esse tipo de bot é ideal para automatizar processos repetitivos.
Alguns pesquisadores comparam os agentes autônomos aos robôs substituindo pessoas no trabalho. (Imagem: Getty Images)
Diferença entre agentes de IA e ferramentas tradicionais
Os agentes de inteligência artificial são parecidos com os bots populares, mas há uma diferença básica: a capacidade de agir autonomamente. Enquanto as versões convencionais dependem de instruções humanas constantes, eles operam de forma independente, a partir de metas predefinidas.
Principais características de um agente inteligente
De modo geral, os comportamentos do agente autônomo são:
Raciocínio: usa lógica e informações disponíveis para solucionar problemas, fazer inferências e tirar conclusões, podendo identificar padrões e considerar evidências;Observação: se baseia em visão computacional, análise de dados de sensores e processamento de linguagem natural para entender o contexto;Ação: atualiza dados, aciona diferentes processos, envia mensagens e até realiza ações físicas se integrado a equipamentos;Planejamento: traça estratégias para alcançar metas, identificando etapas, avaliando ações e também prevendo eventuais obstáculos;Colaboração: trabalha com outras IAs autônomas, se necessário, e também com humanos, auxiliando a melhorar o desempenho em ambientes complexos;Adaptação: possui grande capacidade de aprender e se ajustar para alcançar os resultados desejados.
Quais são os benefícios dos agentes de IA no trabalho
Com os recursos de aprendizagem e o raciocínio diferenciado, eles oferecem recursos aprimorados dificilmente encontrados em soluções padrão. Assim, a adoção dessa tecnologia traz vários benefícios para o fluxo de trabalho, melhorando as operações comerciais e a experiência de clientes.
Automação, produtividade e eficiência
A já comentada automação de tarefas é uma das principais vantagens, possibilitando alocar a força de trabalho humano em outros setores e atividades nas quais a tecnologia não traz tanto impacto. Isso também se traduz em economia de tempo e redução de custos.
Com os bots assumindo a tomada de decisões para concluir serviços complexos autonomamente, a eficiência geral do negócio pode ser impulsionada, aumentando a produtividade. Ao mesmo tempo, equipes são liberadas de cargas mais pesadas, se concentrando em estratégias de inovação.
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Os recursos de IA agêntica também podem resultar em maior eficiência, devido à capacidade de autoavaliação e correção automática de erros, oferecendo respostas mais abrangentes, personalizadas e precisas. A promoção de decisões baseadas em dados, com sugestões para melhorias, é outro atrativo.
A capacidade de raciocínio é mais avançada nos agentes do que nos bots comuns. (Imagem: Getty Images)
Exemplos de uso de agentes de IA em empresas
As ferramentas de IA agêntica se adaptam a diferentes necessidades, algumas trazendo funcionalidades mais específicas e outras mais abrangentes. Conheça exemplos de adoção da tecnologia:
Atendimento ao cliente e chatbots avançados
Aprimorar a experiência do cliente, funcionando como um assistente virtual mais avançado, é um dos usos mais comuns. Eles podem ser integrados a sites e apps dos mais variados setores.
Análise de dados e relatórios em tempo real
Analisar grandes volumes de dados é uma tarefa concluída em menos tempo pelos agentes autônomos, fornecendo insights completos. Isso pode ser usado para identificar padrões em comportamentos de consumidores, tendências em redes sociais, entre outros.
Finanças e cadeia de suprimentos
Usar agentes específicos para analisar informações financeiras em tempo real é outra estratégia muito procurada, permitindo antecipar tendências do mercado e aprimorar o gerenciamento da cadeia de suprimentos.
Auxílio em hospitais
Desempenham papéis como o planejamento de terapias, gerenciamento da administração de medicamentos, análise de dados de pacientes e diagnósticos, economizando tempo e esforços de enfermeiros e médicos. Ainda nesta área, eles podem ter grande utilidade em situações de resposta de emergência.
Telecomunicações
Gerenciar redes de grande escala, reduzindo o tempo de inatividade de serviços, também faz parte do trabalho das IAs agênticas. Elas podem, ainda, atuar na manutenção preditiva da infraestrutura, detectando falhas rapidamente.
A tecnologia contribui para aprimorar o gerenciamento de redes de telecomunicações. (Imagem: Getty Images)
Comércio eletrônico e varejo
Os bots autônomos são capazes de gerenciar estoques, prever tendências de demandas, customizar campanhas de lançamentos de produtos e automatizar interações, melhorando a eficiência e aproximando o comerciante das necessidades dos clientes.
Educação
Os sistemas de tutoria estão entre os destaques, possibilitando se adaptar a diferentes ritmos e estilos de aprendizagem, contribuindo para melhorar os resultados dos estudantes. As IAs autônomas também podem assumir tarefas administrativas.
Transporte e logística
Gerenciar operações de frotas, definir as melhores rotas para cada momento, prever a necessidade de manutenção dos veículos e gerenciar armazéns são algumas das contribuições para a área.
Serviços públicos
Já no setor público, a tecnologia ajuda a aprimorar a geração e a distribuição de energia elétrica, prever demandas de determinados serviços e a identificar atividades fraudulentas lesando os cofres do governo.
Como implementar agentes de IA
Para aproveitar o melhor desta tecnologia, é necessário contratar os serviços de empresas que fornecem agentes autônomos. Eles podem ser projetados para cumprir as demandas específicas de cada cliente, combinando com diversos segmentos.
Também é importante usar a IA agêntica com responsabilidade, para que ela esteja alinhada a diretrizes transparentes e éticas, monitorando a tecnologia. Neste ponto, os processos de tomada de decisão precisam ser compreensíveis pelos humanos, garantindo que o trabalho siga os padrões da organização.
Além disso, a implantação precisa ser acompanhada da proteção dos dados, com a adição de controles de acesso e criptografia. Já a escolha por soluções escaláveis e flexíveis permite que os agentes acompanhem o crescimento da empresa, continuando a fornecer valor.
A IA agêntica trabalha 24 horas por dia, sete dias por semana. (Imagem: Getty Images)
Futuro dos agentes de IA e o impacto no mercado de trabalho
Segundo o CEO da OpenAI, Sam Altman, os agentes autônomos deverão se tornar a principal função da IA, desempenhando papéis de grande valor nas operações de empresas. Quem tem pensamento semelhante é o presidente da Microsoft, Satya Nadella, que acredita no potencial revolucionário da tecnologia.
Tais visões reforçam o papel decisivo que eles terão no mercado de trabalho, atuando como parceiros de gestores. Dessa forma, acredita-se em um papel muito maior da tecnologia do que apenas substituir humanos em tarefas repetitivas.
E você, já usou um agente de IA? Acha que ele essa tecnologia vai trazer melhorias ou tomará vagas de trabalhadores? Dê a sua opinião nas redes sociais do TecMundo.