A corretora de cripto Gemini Space Station, fundada pelos gêmeos Tyler e Cameron Winklevoss, estreou na Nasdaq hoje com alta de 14,3% e um valuation batendo em US$ 3,8 bilhões – em mais um IPO bem-sucedido na área de tecnologia e moedas digitais.
A empresa levantou US$ 425 milhões com a oferta. A demanda superou em 20x o total de ações colocadas à venda. A oferta, liderada pela Goldman Sachs e pelo Citi, foi precificada a US$ 28, ante uma faixa – já revista para cima – de US$ 24-26.
O papel abriu a US$ 37, em uma disparada de 32%, e chegou a subir 64%. Mas ao longo do dia perdeu força, fechando em US$ 32.
Apesar da forte alta, seu valuation ficou abaixo dos US$ 7,1 bi em que a corretora foi avaliada durante uma rodada de capitalização.
Tyler e Cameron Winklevoss detêm cerca de 75 milhões de ações após o IPO, no valor aproximado de US$ 2,78 bilhões, de acordo com cálculos da Reuters com base em registros da SEC.
Em uma entrevista à CNBC, os irmãos esbanjaram otimismo com o potencial dos ativos de cripto, particularmente com o bitcoin.
“Vemos o bitcoin sendo negociado a US$ 1 milhão por bitcoin – caso ele de fato ‘substitua’ – disrupt – o ouro,” disse Tyler. “Achamos que o Bitcoin é o ouro 2.0.”
A Gemini, criada em 2014, é uma das maiores corretoras de cripto dos EUA, com US$ 21 bi em ativos. Mas a Coinbase está longe na dianteira, com US$ 425 bi.
A empresa não dá lucro. Registrou prejuízo de US$ 282,5 milhões no primeiro semestre do ano. Mas seu faturamento cresceu 45% no último ano.
A Gemini segue os passos da Coinbase, a maior exchange dos EUA em volume de operações, que abriu o capital em 2021. Recentemente, houve também o IPO da Bullish, uma corretora cripto que tem entre seus sócios Peter Thiel e o ex-presidente da NYSE Tom Farley.
A Coinbase negocia com um múltiplo de 28,5x e tem um market cap de US$ 83,2 bi. A Bullish, que também não dá lucros ainda, vale US$ 7,9 bi.
Os modelos de negócios das três são bastantes parecidos, mas a Bullish é mais focada em investidores institucionais com volumes maiores de negociação.
A Gemini pretende se diferenciar da Coinbase e da Bullish por oferecer uma plataforma mais segura e operando estritamente dentro do arcabouço regulatório internacional e dos EUA. A corretora assegura a custódia fiduciária e a cobertura de seguro.
A empresa possui cartões de crédito com um programa de recompensas em criptomoedas, no lugar de cashback. Os prêmios são depositados automaticamente na conta após a compra.
A Gemini emite ainda o seu próprio ‘dólar’ – uma stablecoin totalmente lastreada por reservas em dólares americanos na proporção de 1:1 e sujeita à supervisão do Departamento de Serviços Financeiros de Nova York.
Isso diferencia a Gemini da Coinbase – que oferece a stablecoin USDC, emitido em conjunto com a Circle, mas com governança mais complexa, de acordo com os analistas. A Bullish não emite sua própria stablecoin.
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