Ouro bate máxima histórica; Goldman e UBS vêem espaço para novas altas

Os bancos centrais dos países emergentes continuam comprando grandes quantidades de ouro, puxando o preço do metal para cima mesmo depois de seguidos recordes históricos na cotação, enquanto a queda nos juros americanos reforça a tendência de valorização.

A Goldman Sachs elevou hoje sua estimativa para a cotação no início de 2025 de US$ 2.700 para US$ 2.900 a onça-troy (1 onça-troy = 31,10 gramas).

A revisão se deveu a dois fatores.

Primeiro, o ciclo de queda dos juros nos países avançados e na China será mais rápido do que o esperado, e a cotação atual não reflete a valorização esperada dos ETFs lastreados no metal.

Segundo (e principal) fator: as fortes compras dos países emergentes, com destaque para as aquisições da China no mercado físico de balcão em Londres.

Apesar de os números desse mercado serem publicados trimestralmente, a Goldman diz que o seu modelo proprietário indica que a demanda permaneceu robusta nos últimos meses.

O preço do ouro já subiu cerca de 30% no ano e quase 50% desde o início de 2002.

Na semana passada, a cotação bateu na máxima histórica de US$ 2.695 por onça-troy – ou seja, um valor próximo da estimativa anterior da Goldman.

“Reiteramos nossa recomendação de compra do metal graças a: 1) incentivo gradual dos juros mais baixos; 2) maior demanda estrutural dos bancos centrais; e 3) o ouro é um hedge contra riscos geopolíticos, financeiros e de recessão,” escreveu o time da Goldman.

Segundo o banco, dois terços da alta esperada se devem às compras dos BCs.

O modelo da Goldman para estimar os volumes de compra física em Londres – o principal hub internacional do metal – leva em conta os dados de exportações de barras feitas pelo Reino Unido.

O UBS citou razões semelhantes para também elevar suas estimativas na semana passada. Agora o banco espera que a onça atinja US$ 2.750 no final do ano e US$ 2.900 no terceiro tri de 2025.

Historicamente, o ouro sobe em torno de 10% nos seis meses seguintes ao primeiro corte de um ciclo de alívio monetário do Fed.

Como o ouro é cotado em dólar, a queda dos juros nos EUA e a tendência de enfraquecimento da moeda americana contribuem para a valorização do metal.

Já o Bank of America disse que suas estimativas para o ano foram batidas. “Não recomendamos continuar perseguindo o ouro agora, por causa dos níveis esticados.”

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