A Cosan protocolou hoje na SEC o filing para o IPO da Moove, sua empresa focada na fabricação e venda de lubrificantes.
Segundo fontes envolvidas na operação, a companhia pretende lançar a oferta na primeira semana de outubro e precificá-la na semana seguinte — marcando o primeiro IPO de uma empresa brasileira desde o Nubank em dezembro de 2021.
O prospecto não revela quanto a Moove pretende levantar e nem o valuation almejado. Mas a estimativa do mercado é de que a companhia seja avaliada em algo próximo a 10x EBITDA, o que daria perto de R$ 14 bilhões considerando os números do primeiro semestre, anualizados.
No prospecto, a Moove disse que fez uma receita de R$ 5,024 bilhões nos primeiros seis meses do ano, uma queda de 1,6% na comparação anual. O EBITDA foi de R$ 690,2 milhões, uma alta de 9%, e o lucro líquido foi de R$ 237,6 milhões, em comparação a um prejuízo de R$ 58 milhões um ano antes.
Em 2023, a companhia teve uma receita de R$ 10,07 bilhões, um EBITDA de R$ 1,2 bilhão e um lucro de R$ 266 milhões.
A Moove é uma das maiores fabricantes e distribuidoras de lubrificantes da América Latina, tendo a exclusividade da marca Mobil no Brasil.
A empresa – que a Cosan comprou junto com a rede de postos da Esso em 2008 – vende produtos para diversos setores, principalmente o automotivo e industrial, e tem operações na América Latina, Estados Unidos e Europa. Hoje, quase metade de sua receita já é em moeda forte.
A empresa tem crescido organicamente e por meio de aquisições. Há dois anos, pagou US$ 479 milhões pela PetroChoice, aumentando significativamente sua presença nos Estados Unidos, onde o mercado de lubrificantes movimenta US$ 33 bilhões/ano.
Com sede na Pensilvânia, a PetroChoice era o maior distribuidor e fabricante de lubrificantes premium dos EUA, com 50 centros de distribuição em 25 estados.
Apesar de ser a líder do setor, a PetroChoice tem um market share de apenas 4%, o que mostra a pulverização e as oportunidades do mercado norte-americano.
A Cosan é dona de 70% da Moove; os 30% restantes estão nas mãos da CVC Capital Partners, que pagou R$ 562 milhões pela participação em 2018.
No prospecto, a Moove disse que opera um modelo que “demanda baixos níveis de capex, focado numa formulação eficiente em custos, manufatura, logística e serviços.”
“Acreditamos que nosso modelo sustenta nosso ROIC e nos permite otimizar nossa base de custos e capex para suportar nossa lucratividade, margem EBITDA e geração de caixa conforme escalamos e penetramos o mercado.”
A companhia disse que o capex como porcentagem da receita foi de 1,8%, 1,9%, 1,2% e 0,7% no primeiro semestre do ano e nos anos de 2023, 2022 e 2021, respectivamente.
Os coordenadores globais são o JP Morgan, Bank of America e Citi, seguidos de Itaú BBA, BTG Pactual e Santander. Goldman Sachs, Jefferies e Morgan Stanley também estão no sindicato.
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