A Shell vai entrar no mercado de eletricidade dos EUA, vendendo energia de fontes renováveis aos consumidores do Texas, um dos estados americanos mais associados à indústria petrolífera.
100% da energia comercializada virá de parques eólicos e solares.
Diante das restrições crescentes à utilização dos combustíveis fósseis, principalmente na Europa, a Shell tem pivotado seu negócio para reduzir sua exposição ao óleo e gás.
A gigante anglo-holandesa já comercializa eletricidade em nove países e deve dobrar essa área de atuação até 2030. O objetivo é ser uma empresa zero carbono até o fim da década – ou seja, a parte “verde” do portfólio deve compensar completamente as emissões do negócio legado de combustíveis fósseis.
Antes da Shell, a BP já havia feito investimentos em energia renovável no Texas. A companhia inglesa inaugurou recentemente uma usina solar com capacidade de 260 megawatts, o suficiente para suprir a demanda de 52.000 casas em um dia típico de verão. Até 2030, a BP quer multiplicar por 20 a geração de eletricidade limpa e reduzir em 40% a produção de petróleo.
Enquanto gigantes americanas como a Exxon Mobil e a Chevron continuam a se concentrar nas operações de petróleo e gás, as empresas europeias têm focado em ampliar suas atividades em energia renovável.
Para fisgar os motoristas texanos, a Shell vai oferecer abastecimento gratuito dos veículos elétricos durante à noite, quando a demanda é menor.
“Nosso objetivo é reduzir a intensidade do carbono,” declarou o vice-presidente para soluções em energias renováveis da Shell nas Américas, Glenn Wright. “Precisamos dar passos decisivos, envolvendo os consumidores com a oferta de soluções de energia limpa e renovável.”
Os consumidores que fecharem a compra com a Shell terão preço fixo durante toda a vigência do contrato, que pode variar de seis meses a cinco anos. Em outro incentivo, os donos de residências com painéis solares poderão receber créditos pela sobra de energia não consumida.
A Shell disse que pesou em sua decisão de começar a venda de energia limpa pelo Texas porque a maior parte dos consumidores do estado está ligada a uma única linha de transmissão de eletricidade, operada pela Electric Reliability Council of Texas, algo que dará maior capilaridade inicial à operação.
Em fevereiro do ano passado, o Texas sofreu um apagão depois que algumas usinas congelaram. Como o grid do Estado não é interligado com o resto do País, não houve como trazer energia de fora para substituir a que faltou.
O mercado potencial no Texas é de 26 milhões de empresas e residências. Nos próximos meses, a empresa deve começar a fornecer energia em outros estados.
No mundo, a Shell Energy, a divisão para eletricidade renovável da companhia, tem 1,5 milhão de consumidores em nove países.
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